A voz da experiência
(errou. tente aqui, agora)
Em 2002, quando fiquei sabendo que o Rob Zombie havia dirigido um filme (explicitamente influenciado pelo Massacre da Serra Elétrica) a primeira coisa que pensei foi: vai ser tosco, pobre, besta e sem sentido mas foda-se. Pelo menos a trilha vai ser bacana. Vou ver.
E vi, anteontem. E estava certo: a trilha é uma enormidade de boa. E estava errado: o sujeito gastou uma montanha de dinheiro no A Casa dos 1000 Mortos. Sem um pentelho digital que seja, tudo é de primeira - das locações às próteses. Do figurino às homenagens aos filmes de horror antigos e dos atores aos brinquedinhos no parque do Capitão Spaulding.
Por sinal, falando no grande Sid Haig, uma das melhores coisas do filme sai de sua boca - já nos extras do DVD - quando ele explica porque certos macacos e palhaços jamais podem ser apresentados num mesmo número de circo. A maquiagem faz com que os primeiros enlouqueçam a ponto de arrancar o rosto dos segundos.
Perceberam?
Guardem essa informação. E cruzem-na com aquele seu micro surto homicida que surgirá na próxima vez que aquela cara pintada lhe sorrir pela janela do seu carro, naquele maldito cruzamento, testando sua caridade com um pirulito.
Pensem nisso.
Um dia vou me acostumar com isso
(errou. tente aqui, agora)
Então, pela ordem que me foram apresentados e segundo sua relevância, atenção para a chamada:
- Voltz
- Camarim
- Blue Jean
- Kafka
- Poetinha
- Hell
- 68 (sim, houve um tempo em que o Largo da Ordem era frequentável)
- Poeta Maldito
- Sheena
- Charles
- Hole
- Nosso Bar (Bar do Juarez, ou Véio Jura)
e, agora:
- Dromedário.
Por gentileza, todo mundo ali naquele canto da minha memória afetiva. Vamos tentar pôr uma ordem nisso: aqueles que simplesmente fecharam e passaram mais de uma década servindo fantasmas em suas dependências, permaneçam à direita.
Os que foram demolidos e viram seus pátios tomados por veículos - à esquerda.
Os que pegaram fogo, no meio.
Os que jamais disponibilizaram um cinzeiro que fosse aos seus clientes podem ficar acima.
E para os que nunca fizeram questão alguma de justificar sua existência, aquele abraço.
E saudades.