Eu tenho. Você não tem.
(errou. tente aqui, agora)
Esse papo todo sobre camisetas me fez lembrar um negócio: até hoje não consigo compreender os motivos que levam alguém a sair por aí envergando uma com o dístico "100% negro", por exemplo.
Veja bem: em que pese toda a intenção do sujeito em mostrar ao mundo que ele tem, sei lá, orgulho de pertencer a um povo outrora escravizado ou que ele ache a cor bonita, etc - o que fica na superfície (pra mim) é aquela velha sensação desagradável de racismo às avessas. Sempre.
Mesmo porque, a rigor, o conceito de "raça" como conhecíamos até um tempo atrás virou balela. Tal besteira não existe, segundo estudos recentes, porque nos desenvolvemos a partir da mesma criatura estúpida o suficiente para insistir em sair por aí sobre as patas traseiras e falando bobagem: o chimpanzé africano. A diferença de cor de pele é herança genética ligada à predisposição de suportar - ou não - uma carga específica de rigores naturais do meio à sua volta, seja isso o frio ou a luz solar. Propriedades - aí sim - diferenciadas conforme o ponto no planeta para onde se dirigiu esse ou aquele bando.
Mas, na hipótese do motivo todo ser o passado sofrido de um determinado grupo desses, me pergunto porque não existem as igualmente incoerentes "100% judeu", "100% ianomami", "100% inca", "100% atlante" e "100% czarniano"?
Racismo, em sua gênese, já é uma idiotice abismal - toda própria desse tipinho rasteiro que atende celulares e produz cópias infláveis de suas fêmeas. Imagine agora quando a retórica esvazia-se ao ponto de virar um "eu tenho mais melanina que você".
Ora, façam-me o favor.