Orientação de eixo
(errou. tente aqui, agora)
O vértice, na Física, representa o início. Você pega uma folha de papel e, com uma caneta, a divide com um traço de cima a baixo, norte a sul. Uma linha paralela desse jeito é o mais perto que a mente humana conseguiu chegar do que outra mente humana já chegou do derradeiro início: todos os traços assim representados são o génesis do desconhecido. Uma linha. De cima a baixo.
Afaste-se dela e você tem seus parâmetros de comparação em relação a algo traduzidos em valor.
Em estudos de espectroscopia você só determina o valor de um raio conforme a distância de um determinado ponto de seu próprio vértice. Quanto mais distante, menor em termos de incidência concentrada. Porém maior em abrangência.
Ao longo de sua vida você acumula vértices. Linhas que ligam seu nariz à ponta de seus sapatos. Horizontes tombados. O infinito em pé. Ao longo dela você nem se dá conta do armazém de informações verticais que já estocou. Pontos de partida, valores-bases de referência.
Um traço, de norte a sul.
Que, digamos, representa sua sabedoria acumulada até ali...
... prestes a entrar em colapso sob o peso da própria estrutura...
... e que perde seu valor conforme você se afasta e tenta vê-la, de novo digamos, do outro lado da rua.
E que, malditamente mesmo assim, sequer perde um grama de sua influência - por mais pálido que pareça ser seu raio de ação.
Tem dias que você acorda e se dá conta do básico: não há mistério que justifique a existência de videntes nesse mundo quando o que mais se precisa saber da vida está num livro de ensino fundamental da quinta série.