Por uma boa razão.
(errou. tente aqui, agora)
Tenho, mais por princípio que pelo hábito, a mania de admirar quem me joga pra fora dos trilhos. Tanto faz: para o bem ou para o mal, criando ou destruindo, fazendo caca ou preciosidades - meu coração é seu se você me tirar do sério.
Mude minha opinião. Meu juízo. Me force a voltar a escrever sobre cinema ou shows, por exemplo, a despeito da promessa feita ao pé do túmulo de Paulo Francis que jamais roeria, de novo, o tornozelo de tal besteira.
Quando você monta um lacre assim, seja lá qual for a liga de que é feito, também imagina o tipo de bordoada que seria suficiente para mandá-lo para o espaço.
Minha cara Patti Smith, foi um enorme prazer conhecê-la pessoalmente. Nunca lhe admirei, assim, a ponto de pagar 5,00 por uma capa de chuva que fosse, portanto faça idéia do que seria necessário para que alguém arrancasse o canhoto do ingresso de um show seu comprado por mim.
Não seria por conta de "Elegie", por exemplo. Ou da promessa de que essa música ficaria maravilhosa cantada ao vivo. Eu fui lá pra ver Beastie Boys, cazzo.
E, graças ao destino, você tocou antes daquela porcaria do Yeah Yeah Yeahs. Assim ficou claro que estávamos prestes a ganhar de presente uma constatação empírica comparada. Como se você sozinha não fosse suficiente, ali estava, clara como uma análise por contraste, a prova do que é necessário para se fazer música de qualidade. Com voz de verdade. Com alma.
Me interprete mal: sempre tem a primeira vez em que você sente muita vontade de quebrar alguma coisa escutando uma mulher de quase 60 anos.
Ou de comê-la.