Utilidade pública
(errou. tente aqui, agora)
Peguei ali com o sr. Sérgio Faria:
"1. Entre no Google.
2. Cole WEAPONS OF MASS DESTRUCTION na barra de busca.
3. Clique em "estou com sorte".
4. Leia com atenção a mensagem de erro.
5. E não deixe de clicar nos links."
Gostei. Espero que ajude o coitado do Donald Rumsfeld.
Apelo à nação
(errou. tente aqui, agora)
Comunico com apreensão o estranho desaparecimento da srta. abaixo:
Melinda Rowles foi vista pela última vez nas imediações do bairro Campina do Siqueira, mais precisamente na área onde se concentra o pólo varejista second hand da região.
Segundo declarações apaixonadas de alguns fãs que dissimuladamente a seguiam na ocasião, ms. Rowles acendeu um cigarro, enfiou-se dentro de um modelo compacto e desapareceu rua abaixo.
Outros admiradores (cuja faculdade auditiva certamente ombreia com a de cães) afirmaram que, instantes antes da ignição, uma outrora famosa canção pôde ser ouvida do tape deck do veículo.
Solicito que as informações concernentes ao paradeiro da referida dama sejam enviadas para esse endereço. Certo de sua compreensão,
Esbugalhando-me em lágrimas,
J.B.
Síndrome de Jaz Coleman
(errou. tente aqui, agora)
Imagino que uma coisa já deve ter ficado evidente para os 6 leitores habituais desse blog. Uma coisa a meu respeito que é bem clara (fora o gosto desmedido pela palavra peçonha): tenho uma grande estima pelos eventos correlacionados.
Sabe aquelas coisas que acontecem em pontos distantes desse mundão véio e que aparentemente não possuem ligação nenhuma? Pois é. Na verdade não têm mesmo, mas acontece que me agrada cruzá-los e descobrir traços de similaridades, propabilidades ocultas e outras sandices e/ou perda de tempo. Resultados satisfatórios recentes foram obtidos entre:
- Quedas de geleiras no Alasca e o lançamento do i-Pod.
- Eletricidade estática acumulada produzida pelo atrito de todos os mouses do mundo e a releitura da Teoria dos Fractais.
- A tomada de assalto mundial do fenômeno orkut e as rugas de expressão da Catherine Zeta-Jones.
Mas nem esquentem a cabeça. Não se preocupem e não liguem para meu médico solicitando aumento na minha posologia diária de 80mg de Psiquial. Peço apenas que acompanhem o desenrolar consequencial desses três eventos aqui:
- Durante julho inteiro, mês do Festival de Cinema de Xangai, nenhum filme que não seja uma produção nacional poderá ser exibido no país cuja população significa mais de 1/5 dos habitantes da Terra: a China. Período esse que representará boa parte da vida útil de filmes como Homem-Aranha 2, Shrek 2 e o novo Harry Potter.
- Descobriu-se recentemente que nenhum dos proprietários de um dos melhores carros do mundo (o Mustang Shelby 1967 GT500) atendeu um pedido de recall feito pela Ford em 68. Eles simplesmente não acreditaram que a tal espessura mínima da placa entre o tanque de combustível e o banco traseiro fosse criar problemas.
- Ontem, nosso amado imperador Roberto Requião I mandou todo mundo tomar no Hotel Mabu, lá em Foz do Iguaçu, durante esse encontro aí do PMDB. Ele preferiu ficar no Hotel Bourbon.
Daqui a algumas semanas nos acercaremos novamente desses fatos para trocarmos impressões e compararmos os resultados práticos em nosso dia a dia. Até lá e que Tom Waits se apiede de nossas almas.
Sim City
(errou. tente aqui, agora)
Nós somos piores, bem piores do que pensamos. Não apenas temos a inclinação animal de destruição ao alcance das mãos, também fazemos isso ao escarafunchar lembranças antigas. É a nossa doentia necessidade de classificação, adequação, de contemporaneizar tudo ao nosso gosto. Só isso explica isso:
O mar nasce dos ladrões das embarcações.
Soa afetado, forçado, fajuto. Não chega nem perto do que aquele garotinho nu de cinco anos pensou cerca de 27 anos atrás, imerso até a cintura, ao ver a água que escorria pelo caninho na lateral de um barco, no litoral gaúcho. Cheguei a essa conclusão ao me recordar da mais antiga constatação que já fiz e, tentando passá-la para o papel, saiu isso. É fato: não bastasse o embotar característico da memória, boa ou não, ainda corremos o risco potencial de contaminá-la à uma simples evocação.
Não se trata apenas da dificuldade de descrição (sensações para movimentos mecânicos da fala) ou, ainda pior, da quase eucaristia que é transcrevê-las. Lembranças possuem seu código, seu tempo, seu valor próprio e guardam seu significado bem escondido até mesmo de quem as cria. É por isso que resolvi pensar nelas como elementos e entidades independentes. Veja que troço mais bacana: um lugar povoado e erguido pelas suas lembranças na forma de qualquer coisa. Agora imagine que você é contemplado em dar um giro pelas redondezas:
Um cara alto e com um andar meio esquisito seria aquela vez em que você comprou sua primeira camiseta perfeita.
Uma senhora asmática surge de uma esquina e se apresenta: Olá, sou suas corridas de sapos.
Você olha por cima de seu ombro redondinho e vê, do outro lado da rua, uma outra velhinha namorando vitrines. É a sua queda do telhado da garagem (não se sabe bem por que, mas elas são vizinhas de muro).
Ao se virar para continuar a caminhada você pisa numa formiga e lá se vai aquele dia em que lhe levaram seu relógio de pulso.
Também podem ser irascíveis: você aqui, espremendo os miolos para recordar sua senha da conta mais recente de e-mails e ela lá, trancada dentro de casa, emburrada, debaixo de três edredons.
Lá pelas tantas você se perde no vilarejo e tenta se lembrar do caminho de volta. Erra uma, duas ruas até achar a que lhe conduz ao centro da pracinha. À suas costas, pelo menos doze recém-nascidos berram pela primeira vez no ar morno da tarde.
Já um tanto familiarizado, você pergunta a um passante (lembra das brigas na rua de baixo?) sobre o paradeiro do cara alto. Sua intenção é confirmar se a tal camiseta era mesmo a do Kiss ou da Pantera Cor de Rosa. Ele lhe diz que jamais viu tal figura. E aí você se dá conta que passou tempo demais para que uma lembrança permanecesse a mesma.
Postes seriam seus discos emprestados e nunca devolvidos:
Estorninhos poderiam ser aquela primeira vez em que você escreveu chuleza.
Cercas seriam...
As possibilidades são infinitas.
E essa é a única conclusão que tiro disso: não tente descrever fielmente suas lembranças. Dê um carnê de IPTU para a grande e safada maioria delas.
Bodycount
(errou. tente aqui, agora)
"Paus e pedras quebram tudo pela frente, mas palavras não machucam a gente".
Façam um favor a seus filhos: consigam o "Cantiga de Ninar" o quanto antes. Estou na página 68. Já trinquei dois dentes. E contando. Otimiza atividades físicas. Meus punhos amorteceram. É Palahniuk como nunca. E é foda.
Sinais
(errou. tente aqui, agora)
* Chuck Palahniuk acaba de lançar "Lullaby" no Brasil.
* Em dias alternados, desde terça passada, minha pálpebra direita tremeluz à menção da palavra "pálpebra".
* Nesse mesmo período a faixa "One Line" é ignorada pelo meu player cada vez que solicito a reprodução do "Stories From The City..." da PJ Harvey.
* Há um estranho delay instalado no envio de mensagens de texto entre Tim e Claro. O mesmo dá margem a processos por parte de clientes das duas operadoras. Alguém pode ficar bem rico. Informações aqui.
* Em meu trajeto diário rumo ao restaurante habitual, sempre cruzo com um catador de papel desequilibrado parado na esquina. Ele agora me olha em silêncio, enquanto passo, ao invés de berrar e me ameaçar como antes.
* Vi um filme do Walter Salles ontem. E gostei.
* Sábado, ao descer a Rodovia dos Minérios em direção ao show do Pixies, uma lua escandalosamente David Lynch me olhou feio através do pára-brisa. Bem feio.
Esses são detalhes isolados que, à época, passaram despercebidos. Mas que somados, hoje, acordaram as pulgas atrás da minha orelha:
- Ou os planetas estão mais uma vez alinhados e devo aguardar novo contato dos habitantes de Zorg 4...
- Ou um velho sentimento subestimado volta a exigir atenção...
- Ou algo nasceu no fundo de um oceano desses e nesse momento se dirige a Tokyo.
A César, meu pâncreas
(errou. tente aqui, agora)
Ali no link "Medulla Oblongata", uma convocação:
Attention Space Monkeys!
Posted By: Tyler - 05-08-2004 07:32 AM - Replies (13)
Forgive me for interrupting your normally scheduled news, but the following has come to my attention.
Fight Club has become the top rated movie on Your Movie Database!
Of course, this is really cool. What isn't cool is that a bunch of nerds with too much time on their hands are trying to kick Fight Club down. I think it is only appropriate that someone fights back! Give a hobbit a black eye! Attack, Space Monkeys, attack!
Se mr. Durden assim o quer, assim já o fiz.
...
(errou. tente aqui, agora)
3 DIAS! Três malditos dias rascunhando feito um vestibulando ameaçado e não consigo expelir nada que dê a dimensão do show do Pixies.
Desisto.
Quando um evento estanca minha verborragia, os fatos se bastam. Foi foda.
Gouge away.
... e justiça para todos
(errou. tente aqui, agora)
Operando no modo automático hoje, mas não posso me furtar a prestar um agradecimento tardio:
Segundo ms. Rowles, numa apresentação levada adiante pelo Roby Rosa (aqui mesmo em nosso vilarejo) um abençoado por Tom Waits sacrificou seu All Star em direção às fuçanhas do ex-Menudo.
E acertou. Meu coração deu uma cambalhota ao saber disso.
A você - desde já meu compadre - vida longa, próspera e saudável.
(Ontem no CPF? Hell on Wheels é bacana. Teenage ao vivo só em bailinho universitário. O resto não me lembro. Deixa eu acordar primeiro.)
White zombie
(errou. tente aqui, agora)
Ainda em tempo: a peça do Biscaia é A FUDÊ de boa! Vi ontem. Você gosta de sangue? Você gosta de instrumentação cirúrgica? E de barman frustrado, gosta também? Então vão lá que é bão:
MORGUE STORY - SANGUE BAIACU E QUADRINHOS
Veja fotos das apresentações no site :
http://homepage.mac.com/biscaia/PhotoAlbum27.html
De quarta sábado às 21h e domingo às 19h
Espaço 2 - Rua Gal Carneiro 814
E tem Kate Bush!
O destino bate à sua porta
(errou. tente aqui, agora)
* Rua Inácio Lustosa.
* Avenida Luiz Xavier.
Informo que os endereços acima em seus respectivos números 755 e 11cj.A foram contemplados em não receber a desagradável visita de minha furiosa pessoa.
O "passaporte" para o CPF chegou - são, salvo e seco.
Purple haze
(errou. tente aqui, agora)
A Motosserra de Occam foi criada com dois objetivos bem definidos:
* Algum dia, se Deus quiser, ser esculhambada pelo Diogo Mainardi.
* Tal qual Excalibur, separar a verdade da mentira, o joio do trigo, o sábado do domingo, os M&Ms verdes dos vermelhos. Até onde a liquidez financeira de seu idealizador permitir ou a elasticidade moral se romper, o que vier antes.
Enquanto aquele polemista barato me ignora, encaremos os mitos e mãos à obra:
A sincronia entre O Mágico de Oz e o álbum Dark Side of the Moon:
Tanto se falou a respeito que eu e meu camarada Júnior, na falta de algo melhor pra fazer (já tinha esquematizado de lavar o carro num outro dia) resolvemos colocar essa lenda sob a luz do dia. Afinal, isso existe? É coisa de fumeiro consumidor de Pink Floyd? Ou ambos? Pômo-nos à cata dos elementos necessários (CD, DVD, cervejas) e convidamos outras pessoas idôneas para validar o resultado final: Luciano e Ana (James), André (Vodka, Limão e Gelo) e Lilli (Didital). Após uma prévia preleção aos participantes com o intuito de coibir qualquer uso de substâncias psicotrópicas que atrapalhassem o discernimento e juízo, apertamos (ops) simultâneamente o play de áudio e vídeo:
Speak To Me/Breathe: aqui começa a encrenca. Pra você ter certeza que som e imagem estão sincronizados (a partir do terceiro rugido do leão da MGM, conforme nos foi explicado) o nome do produtor Mervyn Leroy deve aparecer na tela no momento da transição de “"Speak..." para "Breathe". Mas que diabo de transição é essa? O counter do seu aparelho de áudio não vai dar sinal nenhum de mudança, portanto preste atenção quando começar um sintetizador mais acelerado. Esse é o ponto. Feito o ajuste, é aguardar a primeira coincidência surgir: Dorothy sobe numa cerca e tenta se equilibrar ao som do verso "balanced on the biggest wave". Quando ela cai a música termina.
On The Run começa quando os três trabalhadores (mais tarde o Leão, Homem de Lata e Espantalho) retiram Dorothy do emaranhado de arame justamente quando Tia Em aparece para dar uma bronca em todo mundo. Nesse ponto há um trecho da música onde uma voz feminina ao fundo casa com os movimentos labiais da atriz. Em seguida, a tão propalada seqüência em que Dorothy canta "Over The Rainbow" observando os aviões imaginários da canção não impressiona tanto assim. O bacana mesmo é quando surgem os repiques e sinos do trecho final no instante em que a velha avarenta aparece em sua bicicleta – e que acabam quando ela estaciona em frente à casa. Aí dá-se início aos dois melhores momentos da história toda:
Time: dentro da casa Dorothy, tios e a velha discutem o destino de Totó. A câmera faz um travelling bem lento sala adentro enquanto Dorothy volta-se para cada um dos atores a cada crescendo da música. O efeito de tensão fica mais evidente e vai pontuando toda a seqüência até o encontro dela com o mágico que prevê o futuro na bola de cristal. Ele diz a ela para voltar para casa no instante em que o verso "home, home again" é cantado.
Great Gig In The Sky: indiscutivelmente, a melhor parte. É quando o tornado se avizinha da fazenda e seu início lento dá todo o clima de catástrofe eminente. Das portas arrancadas pelo vento à pancada que Dorothy leva na cabeça, passando pelo desfile de personagens pela janela da casa voadora, tudo se encaixa à perfeição. Quando Dorothy desfalece a música serena aos poucos, até cessar por completo quando a casa pousa em Oz.
Money: começa depois que Dorothy acorda, abre a porta (fazendo a passagem do P/B para o colorido do filme) e exatamente quando ela pisa na estrada de tijolos amarelos. A música continua dando o clima até o surgimento dos primeiros habitantes da Cidade dos Munchkins.
Us And Them: a partir desse ponto as coisas vão ficando um pouco subjetivas demais. Justamente porque daqui pra frente o filme é quase todo musical (com números longos de dança) o que acaba propiciando "analogias" com qualquer coisa remotamente parecida com música - o que dizer então do tom predominante "atmosférico" do Pink Floyd? Mas ainda há algumas curiosidades: a Bruxa do Leste aparece (toda de preto) ao som do verso "black, black" e desaparece em "out, out". O verso "and who knows which is which and who is who" surge quando a bruxa boa explica a existência de duas bruxas más e por aí vai. A coisa toda fica nisso até Any Colour You Like e além, quando Dorothy encontra o Espantalho. O que mais chama a atenção são as passagens e fades de cenas. Quase todas acompanham as músicas.
Brain Damage: faz parte da seqüência que ficou mais famosa pelo "espírito da coisa" do que por qualquer sincronia imputada: o Espantalho quer um cérebro (alusão ao título) e na música há uma risada demente que reforça o efeito do verso "the lunatic is on the grass" cantado quando ele cai no chão toda vez que tenta dançar. Ao lado da seqüência do tornado, é a mais lembrada pelos malucos em geral e defensores da tal "coincidência cósmica" envolvendo o disco e o filme.
Eclipse tem apenas 2:04, portanto fique esperto para dar pause no filme. Você vai ter que reiniciar o CD logo na seqüência. Aqui o que mais encantou as moças participantes do evento foi o som dos batimentos cardíacos no final da música, quando Dorothy bate no peito do Homem de Lata. Veja você. Pois bem, ao se reiniciar o CD (e destramelar o filme ao som de "Speak to Me/Breathe" de novo) preste atenção quando o Homem de Lata, já devidamente desenferrujado, balançar de um lado para o outro acompanhando um ruído específico de guitarra. É bem legal. E, pessoalmente, acredito que as coincidências acabam aqui. Pelo menos até o inacreditável final quando Dorothy abre os olhos (já de volta à fazenda) no instante exato do maldito verso "home, home again" novamente, momento esse especialmente lembrado pelos participantes pois foi aí que um ataque cardíaco coletivo quase nos varreu da face da terra.
Se você digitar "Wizard of Oz/Dark Side of the Moon" na barra de procura do seu navegador é bem provável que apareçam mais de 12 mil páginas sobre o assunto. A experiência aqui foi feita com base nas indicações do menos alucinado deles. Há iluminados que tiveram a pachorra de estabelecer parâmetros em datas específicas da produção do disco e do filme, combinando mapas astrais e o caralho. Outros ouviram mensagens de ovnis na mistura de áudio dos dois. Quanto a mim, duas coisas ficaram fortemente reforçadas: 1: acredito que, durante a finalização do álbum, alguém tenha percebido a "coincidência cósmica", mas numa escala bem menor: uma ou outra cena casando, talvez nem mesmo seqüências completas. E que, a partir disso, a banda tenha dado uma mãozinha no encaixe – principalmente na duração e inclusão de efeitos sonoros que aludem ao que aparece na tela.
E 2: faziam uns quatorze anos que não escutava esse disco. Posso perfeitamente ficar mais uns trinta a partir de agora.