29.1.06
 
Dica de profissão

(errou. tente aqui, agora)

O novo livro de Chuck Palahniuk chama-se Haunted e foi lançado lá fora em meados do ano passado. Obviamente sua publicação aqui no Brasil ainda vai levar algum tempo, por isso não consegui me segurar dentro das calças e fiz uso da cópia original que meu considerado Thiago me fez a gentileza de emprestar e traduzi uma de suas 23 histórias impressionantes.

A melhor de todas, sem dúvida alguma, chama-se "Guts". É a primeira do livro e só não foi a escolhida devido a partes iguais de preguiça e receio de mexer em algo sublime.

Escolhi essa - "Product Placement", a décima-quarta - por ser a menor e por melhor concentrar o espírito da obra toda: o relato de um grupo de escritores que através de três meses de isolamento num antigo teatro abandonado tentam criar a obra de suas vidas.

Não preciso nem dizer o quanto você deve 1) ler esse livro, 2) levar em conta que trata-se de uma tradução livre e 3) enjoy the meal.



Colocação de Produto

Uma história de Chef Assassino.

Ao sr. Kenneth MacArthur,
Diretor Empresarial de Comunicações
dos produtos Kutting-Block

Caro sr. MacArthur,

Como acredito que seja de seu conhecimento, devo lhe dizer que o sr. criou uma grande faca. Uma excelente faca.

Já é bastante difícil fazer qualquer trabalho profissional numa cozinha sem ter que tolerar uma faca ruim. Crie um allumette de batatas perfeito, mais fino que um lápis. Um perfeito corte cheveu, tão grosso quanto um arame - metade do diâmetro de uma batata frita normal. Ganhe a vida cortando cenouras brunoisette com a panela de sauté já aquecida e borbulhando manteiga do lado, gente berrando pelas batatas cortadas à minunette e você aprenderá rapidinho a diferença entre uma faca ruim e uma Kutting-Block.

As histórias que eu poderia lhe contar... vezes e vezes sem conta, como suas facas tiraram meu rabo do fogo. Chiffoneie uma chicória belga por oito horas e você terá uma pálida idéia de como é a minha vida.

Ainda assim - e isto não falha nunca - você passa o dia cortando cenouras-bebês, esculpindo cada uma no formato de perfeitas e alaranjadas bolas de football e aquela, exatamente aquela que você danificou, cortou errado, é justamente a que aterrissará no prato de algum cozinheiro frustrado, algum zé-ninguém com uma graduação colegial em serviços hospitalares, somente um pedaço de papel, que agora pensa ser um crítico de restaurantes. Algum imbecil que mal sabe mastigar e engolir que estará escrevendo no jornal da próxima semana o quanto o chef do Restaurante Chez é descuidado ao esculpir suas cenouras.



Alguma vadia que nenhum fornecedor de bufê contrataria sequer para ornamentar cogumelos estará escrevendo como minhas chirivias cortadas à bâtonnet são grossas demais.

Esses traidores. Não, é sempre mais fácil prestar atenção nos erros pequenos do que propriamente cozinhar uma refeição.

A todo momento que um sujeito pede as batatas à dauphinoise ou o carpaccio, saiba que alguém em nossa cozinha faz uma pequena prece de agradecimento pela existência das facas Kutting-Block. Pelo perfeito equilíbrio delas. Pelo cabo rebitado.

É óbvio que - deixa eu bater na madeira - todos nós poderíamos estar ganhando muito mais dinheiro fazendo menos trabalho. Mas o problema é que se vender, virar um crítico, colocar-se numa posição de sabe-tudo, fazendo piadinhas pobres em cima de gente tentando ganhar a vida tirando pele de língua de bezerro... separando gordura de rim... puxando membrana de fígado... enquanto esses críticos sentam em seus escritórios limpos e bacanas e digitam suas reclamações com seus dedos limpos e bacanas - isso simplesmente não é certo.

É claro, essa é apenas a opinião deles. Mas está lá, exposta ao lado das notícias que realmente importam - gente passando fome e assassinos em série e terremotos - com o mesmo tamanho de corpo na impressão. Alguém reclamando que sua massa não está al dente o suficiente. Como se sua opinião fosse um Ato de Deus.

Uma garantia de não-qualidade. O contrário do que você espera de uma propaganda.

Para mim, aqueles que podem, fazem. Aqueles que não podem, reclamam.

Sem jornalismo. Sem objetividade. Sem reportagem, apenas julgando.



Esses críticos, eles não conseguiriam cozinhar uma boa refeição mesmo que suas vidas dependessem disso,

Foi com isso em mente que iniciei meu projeto.

Não importa o quão bom você seja, trabalhar numa cozinha é o mesmo que morrer lentamente através de milhões de minúsculos cortes de faca. Dez mil pequenas queimaduras. Escaldamentos. Ficar em pé no concreto a noite toda, ou andar por cima de gordura ou pisos molhados. Síndrome do Túnel Carpal: lesões nos nervos do pulso por misturar, cortar e temperar. Limpar um oceano de camarões debaixo de água gelada. Dores nos joelhos e varizes. Lesões por esforço repetitivo nos pulsos e ombros. Uma carreira repleta de perfeitos calamares rellenos é o mesmo que um martírio por toda sua vida. Uma vida inteira dedicada à busca pelo ossobuco allá milanese ideal é uma longa e lenta morte por tortura.

Ainda assim, não importa o quanto você seja casca-grossa, invulnerável a críticas, ser espezinhado em público por um jornal desses ou por um escritor de internet simplesmente não ajuda.

Esses críticos online, eles custam dez centavos a dúzia. Qualquer um com uma boca e um computador.

Isto é o que todos os meus alvos têm em comum. É uma bênção o fato das forças policiais não trabalharem um pouco mais em conjunto. Assim elas não deixariam de notar que entre o que aconteceu com um escritor freelance de Seattle, um estudante crítico em Miami, um turista do meio-oeste postando sua opinião em algum site de viagens... existe um padrão remoto ligando todos os meus dezesseis alvos. Sim, e aí estão os meus anos de motivação.

Não há muita diferença entre desossar um coelho e um blogueiro espertinho que achou que seu costatine al finocchio precisou de mais Marsala.

E agradeço às facas Kutting-Block. Suas facas de aço forjado para tourné fazem ambos os trabalhos de forma linda, sem fatigar o pulso e a mão como acontece quando usamos essas facas baratas de fatiar, compradas pelo correio.

Da mesma forma, limpar as bordas de um filé e esfolar o traidorzinho que publicou um artigo sobre como seu bife Wellington foi destruído com o excesso de foie grass, ambos os trabalhos são executados de forma rápida e com o mínimo de esforço graças às oito polegadas da lâmina flexível de sua faca de trinchar.

Fácil de afiar, fácil de limpar. Suas facas são uma bênção.



São os alvos que sempre se tornam uma decepção. Não importa o quão baixas sejam suas expectativas quando você os encontra pessoalmente.

Tudo que você precisa é de um pequeno elogio para arranjar um encontro. Tornar-se o tipo de parceiro sexual que eles possam desejar. Melhor ainda: dar a entender que você é um editor de uma revista de circulação nacional, procurando fazer com que o mundo ouça sua voz. Para exaltá-los. Dar a eles a glória que tão imensamente merecem. Deixá-los importantes. Toda essa balela atenciosa, ofereça somente a metade disso e eles o encontrarão em qualquer ruela escura que você sugerir.

Pessoalmente seus olhos são sempre muito pequenos, cada um deles como pequenas e escuras bolas de gude dentro do umbigo de um homem gordo. Graças em parte às facas Kutting-Block, eles tendem a ficar mais apresentáveis. Limpos e estripados e saudáveis. Comida, pronta para um bom uso.

Depois de você eviscerar uma centena de galinhas d`angola, não é lá um grande problema abrir a barriga de um escritor freelance que disse, nalgum desses guias regionais de entretenimento, que as escarolas de suas tortinhas são picadas demais. Não, as facas francesas Kutting-Block de dez polegadas fazem até mesmo essa operação ser tão fácil quanto estripar uma truta ou um salmão ou qualquer peixe roliço.

É estranho, as partes que ficam em sua mente. Você observa o tornozelo magro e branco de alguém e consegue adivinhar o tipo de garota que ela costumava ser no colégio, antes de aprender a ganhar a vida atacando cozinheiros. Ou um outro crítico, que costumava usar seus sapatos marrons tão polidos quanto a cobertura de caramelo de um crème brûlée.

É a mesma atenção aos detalhes que você dedica a cada faca.



Esta é a atenção e preocupação que costumo usar em meu trabalho na cozinha.

Ainda, assim, não importa o quanto eu seja cuidadoso, é só uma questão de tempo até a polícia me apanhar. Com isso em mente, meu único medo é o fato das facas Kutting-Block serem associadas na mente do público com uma série de ações que as pessoas possam não compreender.

Muita gente poderia entender minha preferência como uma espécie de propaganda. Como Jack o Estripador fazendo um comercial de televisão.

Ted Bundy fazendo um filme publicitário para as cordas Tal e Qual.
Lee Harvey Oswald lançando um novo rifle da marca Isso e Aquilo.

Uma espécie de propaganda negativa, obviamente. Talvez até mesmo algo que poderia prejudicar seriamente sua posição no mercado e vendas pela internet. Especialmente nessa próxima temporada de varejo natalino.

É procedimento padrão em todos os grandes jornais, no momento em que eles ouvem algo sobre um grande desastre aéreo - uma colisão em pleno ar, um seqüestro, um acidente na pista - eles sabem que devem deixar em branco todos os grandes espaços publicitários de companhias aéreas naquele dia. Porque, dentro de minutos, todas elas ligarão para cancelar a publicação, mesmo que isso signifique pagar preço cheio por um espaço que não vão utilizar. Um espaço usado no último instante como uma espécie de brinde publicitário para a Sociedade Americana do Câncer ou Distrofia Muscular. Porque nenhuma companhia aérea arriscaria ser associada às péssimas notícias daquele dia. Às centenas de mortos. Ser associada dessa forma na mente do público.

Não é necessário esforço algum para se lembrar do que os chamados Assassinatos da Tylenol fizeram pelo estoque do produto. Com sete pessoas mortas, somente o recall de 1982 do remédio custou $125 milhões para a Johnson & Johnson.

Esse tipo de propaganda negativa é exatamente o oposto do que você espera de um anúncio. Exatamente como os críticos fazem com suas resenhas depreciativas, publicadas somente para mostrar o quanto eles podem ser espertos e maliciosos.

Os detalhes de cada alvo, incluindo cada faca utilizada, ainda estão bem frescos em minha mente. Não seria necessário muito esforço para a polícia me fazer confessar, tornar isso público, a extensa variedade de suas facas que usei e para qual finalidade específica.

Para sempre depois disso as pessoas farão comentários sobre os "Assassinatos das Facas Kutting-Block" ou "Assassinatos em Série das Facas Kutting-Block". Sua empresa sabe muito mais sobre isso que um simples anônimo como eu. Você tem uma faca em tantas cozinhas, nesse exato momento. Seria uma vergonha terrível ver uma geração inteira de qualidade e trabalho duro arruinada por causa do meu projeto.

Por favor, analise em sua mente. Críticos de comida não compram muitas facas. Deixa eu bater na madeira, mas a simpatia da indústria poderia estar, nesse caso, do meu lado. Eu, um herói das bases do partido, da classe trabalhadora. Você nunca sabe.

Qualquer investimento que você faça, nesse sentido, isso nos beneficiaria mutuamente.



Quanto mais recursos você consiga providenciar para que eu não seja capturado, menores as chances desses fatos desafortunados alcançarem o consumidor médio de suas facas. Uma doação tão pequena quanto cinco milhões de dólares faria com que eu cruzasse a fronteira para viver num outro país, sem notícia alguma sobre minha pessoa, longe, longe o bastante de sua área de mercado. Esse dinheiro garantiria à sua empresa um crescimento estável dentro de um futuro brilhante. Para mim, o dinheiro serviria para que eu fizesse alguma coisa em algum outro campo de trabalho, uma nova carreira.

Ou, por uma quantia tão pequena quanto um milhão de dólares, eu poderia trocar para as facas Sta-Sharp - e, caso fosse pego, jurar que sempre usei seus produtos de segunda categoria por todo meu projeto...

Um milhão de dólares. Que tal isso lhe parece para fidelizar uma marca?

Para contribuir, por favor, publique um anúncio nessa próxima segunda-feira em seu jornal diário local. Assim que ele estiver lá, entrarei em contato com você para aceitar sua ajuda. Até lá, continuarei com meu trabalho. De outra forma, você pode aguardar por um outro alvo.

Obrigado por considerar meu pedido. Aguardo notícias suas, em breve.

Nesse mundo, onde tão poucas pessoas dedicam suas vidas para criar um produto de qualidade tão grande, eu o aplaudo.

Continuando, como sempre, seu maior fã,

Richard Talbott.

 

 

25.1.06
 
Gesto tresloucado

(errou. tente aqui, agora)

O amor em tempos cibernéticos produz maravilhas.

(tânqs, Malu)

 

 

23.1.06
 
Ativismo

(errou. tente aqui, agora)

O tipo de bondade que mais detesto é aquele que só existe por um motivo: transformá-lo num super-homem em comparação.

Aquele bom mocismo que você executa pra poder se sentir bem.

Aquele cachorrinho que você afaga para se sentir mais humano.

O olhar que você dá em torno do mundo - em busca do reconhecimento de sua solidariedade - após deixar duas moedas na mão do pedinte.

Da mesma forma que preciso tanto de um sujeito jogando bombas num MacDonald's quanto de uma hérnia...

... ou de uma faca atravessada em meu antebraço...

... desejo sinceramente que haja espaço suficiente no inferno que suas células vão descarregar no instante de sua morte. E imagino que o tamanho de um dedal seja o bastante para caber tanta caridade desprendida.
 

 

20.1.06
 
Tome distância e faça mira

(errou. tente aqui, agora)

 

 

12.1.06
 
My own private Duckburg

(errou. tente aqui, agora)

Há coisas que me fazem acreditar cada vez mais na teoria de que atravessamos a vida dentro de um túnel invisível, cujo comprimento é a extensão da própria e que nos torna - aos olhos dos outros - ainda mais invisíveis que o próprio túnel.

Dentro da única forma de poesia que acho aceitável - a física quântica - você caminha pelo túnel sem perceber. E sem perceber você toma e deixa de tomar atitudes que influem diretamente na vida de seu doppelgänger (lembra? O seu alter-ego. Aquele mesmo que está distante de você em cerca de 10 elevado a 10 elevado a 28 metros, num outro universo igualzinho ao seu) sendo que do lado de lá ele faz o mesmo, alterando os rumos da sua.

Sim, alterando. A hipótese mais aceita hoje em dia é a de que não importa o que você faça aqui, não há jeito de influenciar o que acontece lá. Mas, em se tratando desse tipo específico de física, o mais legal é poder discordar completamente de verdadeiros gênios no assunto. Simplesmente porque não existe nada palpável acerca dela, o que deixa minha teoria - teoricamente falando - tão boa quanto a de um desses Hawkins aí.

Aqui você desvia o pé de um caco de vidro e condena o seu outro eu lá do outro lado a passar o resto da vida com uma cicatriz no tornozelo. Lá ele atende um telefone e faz você aqui passar dez anos sem saber o que teria acontecido caso você tivesse saído a tempo do banheiro para atender aquela ligação inesperada e anônima.

Mas você sabe que isso é fácil demais para ser aceito. O negócio sempre foi criar subplots dentro de plots, complicar um pouco para que o interese da audiência não vire o leme para a novela das seis. Você imagina que só existam você e seu duplo-eu, mas na verdade existe uma infinidade de vocês. Como também acredito que o universo é tão desprovido de sentido a ponto de querer economizar espaço dentro do próprio infinito, também acredito que o universo é um pote de vidro com a cara do Gansolino e cheio de balas M&Ms - cada uma delas representando um universo possível.

Recentemente fizeram um teste disso, numa universidade dessas. Descobriram que as balas M&Ms são a forma geométrica mais economizadora de espaço de todo nosso mundo. Você bota um monte delas num pote de maionese e chacoalha. Lá dentro você vê, maravilhado, o quão perfeitamente elas se encaixam umas às outras. Você chacoalha de novo e faz com que pelo menos um de seus doppelgängers - lá longe, distante de você em cerca de 10 elevado a 10 elevado a 28 metros, num outro universo - passe uma tarde recolhendo balas do chão.

Aí você imagina: ele se revolta, acende um cigarro e espalma a mão numa mesa enquanto segura uma faca Ginsu com a outra. Ele respira fundo três vezes e então começa o pôquer pirata. As chances são realmente muito, muito pequenas mas, com alguma sorte e determinação, talvez ele lhe arranque o polegar em puro sinal de protesto.

Há coisas que me fazem acreditar cada vez mais na teoria de que atravessamos a vida dentro de um túnel invisível e ontem, enquanto caminhava distraidamente por dentro de um deles, acabei descobrindo a existência de suas janelas. Foi rápido como não deveria deixar de ser: saí do estacionamento onde costumo deixar meu carro e comecei a atravessar a rua em direção a um ônibus leito de 14 toneladas desenvolvendo uma velocidade de 80km/h.

A janela do túnel se abriu no exato instante em que a carroceria polida do ônibus passava sua logomarca da Itapemirim a centímetros do meu nariz, fazendo o deslocamento do ar à sua volta acertar em cheio meu tímpano esquerdo. E foi por ela que pude ver a mim mesmo, pelo menos um de meus infinitos eus, imobilizado numa cama e tendo a nuca assoada por uma mão solícita a cada espirro mais forte - pelo resto da vida.

Chegar em casa e encontrar seu cunhado de cuecas assistindo seus DVDs e tomando sua cerveja, descobrir que não se está tão sozinho naquela rua escura, ouvir essa música, retirar a mão do exaustor no exato instante que a energia retorna. Existem milhares de situações que o fazem sentir-se vivo como nunca. Mas ficar ali parado, à beira da calçada, acompanhando um monstro amarelo sumir na distância enquanto se sente nas entranhas o extermínio de uma geração inteira de você mesmo... isso definitivamente deveria estar no topo de qualquer lista.

 

 

8.1.06
 
Por uma nova sequência de oito primeiros dias ainda mais bacanas que esses

(errou. tente aqui, agora)

Sim. Sou ainda melhor quando te desprezo, srta.

Quando jocosamente a chamo de judiazinha suja.

E quando atravesso centenas de metros em puro concreto só para lhe provar que posso postar ao nível de minhas vísceras.
 

 


Faltam apenas para o seu mais espetacular acerto de contas contigo mesmo.
TRALHA ENCOSTADA NO CANTO:
março 2004 abril 2004 maio 2004 junho 2004 julho 2004 agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 março 2007 


Powered by Blogger  Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com
Design by the Offman