Orientação de eixo
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O vértice, na Física, representa o início. Você pega uma folha de papel e, com uma caneta, a divide com um traço de cima a baixo, norte a sul. Uma linha paralela desse jeito é o mais perto que a mente humana conseguiu chegar do que outra mente humana já chegou do derradeiro início: todos os traços assim representados são o génesis do desconhecido. Uma linha. De cima a baixo.
Afaste-se dela e você tem seus parâmetros de comparação em relação a algo traduzidos em valor.
Em estudos de espectroscopia você só determina o valor de um raio conforme a distância de um determinado ponto de seu próprio vértice. Quanto mais distante, menor em termos de incidência concentrada. Porém maior em abrangência.
Ao longo de sua vida você acumula vértices. Linhas que ligam seu nariz à ponta de seus sapatos. Horizontes tombados. O infinito em pé. Ao longo dela você nem se dá conta do armazém de informações verticais que já estocou. Pontos de partida, valores-bases de referência.
Um traço, de norte a sul.
Que, digamos, representa sua sabedoria acumulada até ali...
... prestes a entrar em colapso sob o peso da própria estrutura...
... e que perde seu valor conforme você se afasta e tenta vê-la, de novo digamos, do outro lado da rua.
E que, malditamente mesmo assim, sequer perde um grama de sua influência - por mais pálido que pareça ser seu raio de ação.
Tem dias que você acorda e se dá conta do básico: não há mistério que justifique a existência de videntes nesse mundo quando o que mais se precisa saber da vida está num livro de ensino fundamental da quinta série.
A turnê suicida das celebridades do segundo escalão
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Há cerca de três anos faço aqui publicidade gratuita para a segunda empresa norte-americana mais respeitável de nossos tempos (a primeira é a produtora do South Park).
E a cada lançamento seu, a cada nova estampa, a berinjela que tenho no lugar do coração se aquece com a certeza de ainda existir esperança para os EUA.
(clique na imagem e leia as entrelinhas)
Desassossego ao pé d'ouvido
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E hoje o VU continua com seu projeto de exclusão social: mais uma edição da Quarta do Medo, onde os feios, sujos e malvados saem de seus buracos e expõem suas pestilências sonoras à audição alheia.
Mas nem esquentem: meu set é curto e, como se pode atestar via esse exemplo, nem tão indigesto assim. Qualquer coisa, costumo parar de tocar quando alvejado por copos de cerveja.
O VU fica na Manoel Ribas, 146 - em frente o prédio da antiga Telepar. Chegue cedo: o double chopp vai até as 22h. Com um pouco de sorte você entra, bebe e se manda antes que eu apareça.
Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias
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A sequência mais desagradável da história recente do cinema envolve dois tendões-de-aquiles e um bisturi.
Assisti Hostel, ontem.
Hoje, pouco mais de meio-dia, ainda estou com 35% de minha capacidade normal de alimentação.
Bloody hell...
Volteeis, senhora, e então vossa esmagadora beleza...
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(ouça, ao durante)
The Sky is fallin, human race that we are
Has left me crawlin, staring straight at the sun
All in a moment, I notice
Every dog has his day
I paid attention cost me so much to hate
For so long I saw only wrong
But now to remind it's a waste of time.
Close your eyes and see the sky is fallin.
I wanted something, nothin, blank, I don't know
It's hard deflecting, stones are easy to throw
All in a moment I noticed
Hours days left behind
One wasted, useless, selfless
None of a kind
For so long I saw only wrong
Now to remind not to go back
To the low that has drained
My life so long
Close your eyes and see the sky is fallin.
Se da metade daquilo que me julga eu pudesse tirar proveito... pensando bem, até mesmo a metade da metade disso... acha mesmo que me manteria em pé junto do que penso ser certo? Aqui, assim, aos seus olhos?
Acha mesmo que levantaria bandeira disso? Vestiria suas cores?
Se da metade daquilo que me julga eu pudesse ao menos acreditar... mas acreditar somente para seus olhos, à medida que me beneficiasse... acredita mesmo que teria sido tão tolo ao ponto de deixá-la perceber?
Definitely, i'm lost.
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Se você é tão imbecil quanto eu e quer ter em seu PC um widget daquele maldito computador do Lost, sem nenhum motivo pra isso a não ser o de ficar digitando os malditos números a cada 108 malditos minutos... clique aqui. Só não esqueça de baixar o programa que roda o trubisco senão o trubisco não vai rodar.
Viu só? Quem diria: o destino de nosso mundinho bem aí, na ponta de seus dedos...
Equívoco é elogio
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V de Vingança só não é ainda pior do que me alertaram todas essas matérias e entrevistas lidas nos últimos meses porque não cheguei a ler tudo. Mesmo assim não me poupo: penso que a culpa pelo erro consciente pesa três vezes mais.
Horrível, horrível, horrível. O caráter maravilhosamente trágico de um personagem sendo reduzido aos trejeitos afetados de um pobre coitado presunçoso que só a legitimidade da catástrofe daria algum crédito!
Que nos abraçássemos à derradeira tábua de salvação do filme ainda assim afundaríamos tal qual um prego: mesmo sendo encarado como somente um filme de ação o resultado é igualmente pavoroso, lento, bobo, mal resolvido.
Quando não se espera grande coisa, a cada cena, a cada seqüência, a cada mísero plano você tenta esquecer o que já foi visto nos quadrinhos. Nesse caso em vão, nem preciso dizer. Ainda que você dê a volta ao globo para evitar uma comparação mais direta, sem a opressividade magistral dos traços do David Lloyd o estado totalitário do filme parece mais um paraíso capitalista de primeiro mundo cercado por telas JVC.
O caráter maravilhosamente trágico de um personagem sendo reduzido ao vaudeville magro de um mímico de rua.
O empolamento da voz.
A "humanidade" que os Wachowski quiseram dar ao personagem fazendo-o quebrar o espelho com a máscara: todos os redatores da Televisa devem ter sentido o fígado nessa hora.
Não sei o que é pior: ter a certeza que meus medos eram fruto de minha mesquinharia ou vê-los se concretizando através da mesquinharia alheia.
E ao inferno com tudo. Agora, nesse exato instante, meu humor atingiu níveis abissais.